Pra quem conhece um pouco da minha história que tá aí pelo feed do blog, sabe que eu tive uma vida meio difícil, hahahaha. Nem sempre foi moleza e tinham dias que eu não sabia como ia ser: se eu ia comer, se eu ia conseguir me bancar. Quando fiquei desempregada em 2017 em Porto Alegre, entrei em pânico em um nível que demissão é uma parada que me dá muitos gatilhos até hoje: não queria voltar pra asa do meu pai porque sabia que ia ouvir muitas coisas como “viu como não era uma boa ideia sair de casa com 18 anos?” como também ia voltar a passar paradas que eu realmente não queria voltar a viver, ainda mais já tendo experimentado a vida de independência financeira.
Hoje, sou grata por tudo que tenho, graças a Orixá, a muita terapia e a, sem saber, ter tido o guiar da minha espiritualidade (laroyê) em busca dos meus sonhos, guiando cada passo meu. Hoje, saber que o que tenho dá pra conquistar meus sonhos, viagens, carro, a tãaaao sonhada casa própria, ajudar papai e mamãe nas lutas diárias são satisfações de vida. Ajudar os nossos é tudo de bom.
Mas claro, a gente não pode esquecer de onde a gente veio. Até porque, a vida são altos e baixos. Eu agora tô bem, mas amanhã posso tá na merda. E o que vai definir quem vai tá do meu lado é a minha humildade nos momentos bons e ruins. E ter pé no chão sempre. E lembrar que a gente pode tá ganhando melhor, mas não é burguês: amanhã ou depois perdendo meu trampo, eu volto pro zero, porque não sou herdeira e nem vivo de lucro. A minha ideologia é também um dos nortes da minha caminhada. Seja Fanon, Che, Kollontai, Marighella e tantas outras pessoas.
E pensar que as pessoas podem não ter as mesmas condições que eu, e que na maior parte da minha vida eu não tive uma boa condição financeira, me faz querer que todos tenham o mesmo que eu, e eu ajudo das formas que eu posso, na correria do cotidiano, politizando, dando a grana que eu tenho, enfim. Nossos seres são políticos. Nossos atos são políticos. E assim a gente vai vivendo: ajudando coletivo de luta, aquela pessoa que precisa fechar a conta pra pegar um PC pra mudar de carreira, aquela ONG que ajuda doguinho e gatinho, e aí vai.
Mas Cami, o que isso tem a ver com o 433? Pra mim, tudo. O 433 mudou a minha vida, assim como os eventos de TI. Aliás, é engraçado como o 433 mudou minha vida graças a um evento de TI. Pra quem não sabe, me apaixonei por um membro-fundador do grupo de futebol do Facebook no mesmo dia que eu ia ao Rio de Janeiro palestrar. E como casava com um evento de futebol alemão que eu queria muito ir, resolvi colar e dali conheci meu atual companheiro, Renan Castro. O resto é história 🙂 Muita história.
No 433 conheci amigos, meu companheiro e realidades muito diferentes. Tenho amigo com grana que viaja o mundo e um poço de satisfação em estar perto e humildade, e tenho amigos que passam perrengue na correria pra ganhar o pão da semana. Sem romantização, claro, mas apenas vidas muito diferentes. Mas uma das coisas que mais me impressiona lá, é como a galera é unida. Se você colar e falar que tá dando merda, eles vão se juntar e fazer uma vaquinha, colar na sua casa pra ajudar numa mudança, seja o que for. É a realidade de muitas histórias que vivenciei nesses 3 anos perto do grupo.
Além disso, me conforta boa parte da galera ter noções e bom senso político, acho que isso ajuda justamente nessa coletividade, na construção dessa comuna. Cada um faz de uma forma o que sabe e juntos, fazem o ecossistema girar.
O site pode não estar com a manutenção e atualização que tinha outrora, mas acho que o que está vivo é o mais importante: as relações.
Sempre foi meu sonho patrocinar eventos quando uma graninha saudável começasse a entrar, mas eventos que fizessem sentido: um DevOpsDays, meetups de TI com impacto social… enfim, coisas que me ajudaram na formação de carreira que tenho hoje, e que quero levar outras pessoas mais longe (e pessoas mais diversas, claro!).
Mas com a oportunidade do 433, além da questão de auxiliar na construção de uma Copa Feminina e estar envolvida no evento pela segunda vez, ajudar na viabilidade de um evento que faz essa comuna tão grande se ver de tão longe, pra mim é muito especial. Afinal, assim como os eventos de TI, é um grupo que também mudou minha vida.
E assim vamos, né? Satisfação no Patrocínio Ouro <3 Para saber mais da Copa 433, clique aqui.
Se você tá aí, precisando de uma consultoria de infraestrutura pro seu trampo ou uma mentoria de carreira em TI, troca uma ideia comigo lá no Twitter/Instagram @punkdodevops ou no formulário de contato do site.
Êra punx!
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